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24 de junho
24 de junho marca o Dia Nacional de Conscientização sobre a Fissura Labiopalatina. A data escolhida é uma referência à fundação do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da USP, em 24 de junho de 1967.
A Fissura ou Fenda Labiopalatina ainda é uma condição que gera dúvidas e são esses questionamentos que queremos sanar para que as pessoas que nascerem com essa condição tenham um melhor desenvolvimento e qualidade de vida. Para responder algumas dúvidas sobre o assunto, convidamos a cirurgiã-dentista e especialista em Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares, Dra. Ana Paula Dantas Amaral Andrade.
A profissional destacou a importância do acompanhamento psicológico tanto para os pais, quanto para a criança, uma vez que “um dos prejuízos mais tristes e menos assistidos é a inclusão social e esta deve ser melhor observada não só entre os profissionais da área de saúde, mas também pela sociedade que, muitas vezes, é cruel com tais indivíduos, principalmente na infância e adolescência”.
A especialista ressaltou, também, que a Odontologia brasileira é motivo de orgulho. “Temos uma das maiores, se não a maior e mais eficiente assistência a tais pacientes! Nacionalmente dispomos de assistência de alta qualidade pelo SUS, em parceria com universidades públicas para o tratamento”. Apesar disso, ela destacou que a assistência acaba não alcançando todos, pois o índice de fissura labiopalatina na sociedade brasileira chega a 50 crianças a cada 100 mil nascidos vivos.
Para finalizar, a Dra. Ana Paula explicou o papel da harmonização orofacial (HOF) nos casos de fissuras labiopalatinas. “Os pacientes são assistidos pelo SUS até a maior idade e, na maioria das vezes, permanecem com estética desfavorável. Nesta hora entra a importância da HOF, que consegue melhorar drasticamente tal deficiência estética, melhorando, consequentemente, a qualidade de vida dos pacientes, bem como a sua inclusão social”.
Confira a entrevista!
Lábio leporino e fissura labiopalatina são a mesma coisa?
O termo Lábio Leporino se refere a uma má-formação em que o lábio superior é dividido, podendo tal divisão se prolongar até a base do nariz.
Já o termo Fissura ou Fenda Labiopalatina se refere a um grupo de condições em que se inclui a fenda labial ou a fenda palatal, ou ambas. A fenda pode se situar somente em um dos lados, ou em ambos os lados, prolongando-se até ao palato e, assim, mantendo uma comunicação entre a cavidade nasal e a cavidade oral.
O que causa a fissura labiopalatina?
A fissura pode ter causa genética, ou estar associada a outras anomalias. Pode, também, estar relacionada a fatores ambientais como obesidade, deficiência de vitaminas, uso de determinados medicamentos como corticoides e anticonvulsivantes, além de álcool e cigarro pela mãe durante a gestação, especialmente no primeiro trimestre da mesma.
O que os pais devem fazer quando têm um bebê com fissura labiopalatina?
Ao identificar a existência da fissura labiopalatina, os pais devem procurar o pediatra que, imediatamente, os encaminhará ao ortodontista e ao cirurgião bucomaxilofacial, para que se iniciem as devidas intervenções e orientações a fim de se evitar consequências severas tais como aspiração do leite pela criança.
Os pais devem se certificar de que os profissionais escolhidos estejam capacitados a acompanhar e executar tais tratamentos.
Quais são os passos seguintes?
Os portadores da fissura labiopalatal passarão por diversas intervenções cirúrgicas desde bebês para vedar o palato e, assim, impedir a comunicação entre as cavidades oral e nasal.
Nos primeiros dias de vida, os bebês se alimentam através de sonda nasogástrica. Ainda bebês, os pacientes passam por tratamento com ortodontistas para confecção de placas palatais para que consigam mamar sem o risco de aspiração do leite. Depois, iniciam-se as cirurgias para vedação do palato e a ortodontia para melhora da oclusão dental, em parceria com a especialidade protética.
Durante o seu desenvolvimento, os pacientes também precisarão de tratamento fonoaudiológico, já que a falta de vedação da cavidade nasal dificulta a pronúncia de determinados fonemas.
Qual a importância da cirurgia de correção? É possível não fazê-la?
A cirurgia para correção tem importância funcional, sendo fundamental para impedir ou diminuir a comunicação entre as cavidades oral e nasal, impedindo, assim, a aspiração dos alimentos. Não há como o indivíduo sobreviver com um mínimo de qualidade sem tal cirurgia, pois a aspiração de alimento pode ser letal.
O SUS oferece atendimento gratuito ambulatorial e cirúrgico à população em Minas Gerais. Para a Atenção Integral às Pessoas com Deformidade Craniofacial, conta com três hospitais, localizados em Alfenas, Belo Horizonte e Divinópolis.
Neste Dia Nacional de Conscientização sobre a Fissura Labiopalatina, vamos compartilhar informação e conscientizar!