Hoje, 31 de maio, é o Dia de Combate ao Câncer Bucal e Dia Mundial Sem Tabaco e o  cirurgião-dentista não apenas ajuda a diagnosticar e tratar o câncer bucal, mas também desempenha um papel importante na prevenção e no acompanhamento dos pacientes durante todo o processo de tratamento. 

Durante as consultas e exames de rotina, o cirurgião-dentista consegue identificar lesões suspeitas, enviar o material para a biópsia e confirmando o diagnóstico, encaminhar ao médico de cabeça e pescoço, favorecendo um diagnóstico precoce e consequentemente um melhor prognóstico.

O cirurgião-dentista pode colaborar também com o oncologista e com o radioterapeuta no planejamento do tratamento, fornecendo informações sobre a saúde oral do paciente e recomendando estratégias para minimizar os efeitos colaterais deletérios em cavidade oral decorrentes do tratamento antineoplásico.

Antes de iniciar o tratamento antineoplásico, o cirurgião-dentista realiza uma avaliação bucal para identificar e tratar quaisquer problemas dentários existentes, realizando a adequação do meio bucal previamente ao início do tratamento.

O cirurgião-dentista atua como auxiliar durante o tratamento com radioterapia ou quimioterapia no gerenciamento dos efeitos colaterais, como mucosite (inflamação da mucosa oral acompanhada de muita dor e redução da ingesta alimentar), hipossalivação (redução do fluxo salivar), disgeusia (alteração na percepção do paladar) e infecções oportunistas (como a candidíase, por exemplo), entre outros efeitos deletérios. 

“Nossa atuação visa minimizar essas complicações por meio de prescrições medicamentosas adequadas, orientações específicas de higiene oral e através do uso de laserterapia, tanto na prevenção quanto no tratamento das lesões de mucosite oral”, reforça a cirurgiã-dentista e mestre e especialista em estomatologia e doutoranda em estomatologia, doutora Juliana Sclauser.

Após o término do tratamento, o cirurgião-dentista desempenha também um papel importante na reabilitação oral do paciente. Isso pode envolver a reabilitação protética para restaurar dentes perdidos ou danificados, reduzir os efeitos colaterais tardios do tratamento, como cáries causadas pela radiação e persistente redução do fluxo salivar, que afetam significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Além disso, o dentista acompanha a saúde bucal desses pacientes a longo prazo.

Assim, o tratamento odontológico desempenha um papel integral no planejamento do tratamento do câncer em cavidade oral, desde a prevenção e detecção precoce até a gestão dos efeitos colaterais e a reabilitação oral pós-tratamento. Isso contribui para uma melhor qualidade de vida, como também no prognóstico do paciente.