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18 de julho
Nos últimos dias, a neuralgia do trigêmeo, também conhecida como nevralgia trigeminal ou trigeminalgia, tem gerado grande repercussão nos veículos de comunicação. A doença ganhou destaque através do relato de Carolina Arruda, uma mineira de 27 anos que sofre com essa condição há 10 anos e já passou por quatro cirurgias em busca de alívio.
Sem tratamento eficaz, mesmo fazendo uso de mais de 10 medicamentos, entre eles a morfina e o canabidiol, Carolina amadureceu a ideia de que a eutanásia ou suicídio assistido seriam a solução para o seu problema.
A neuralgia do trigêmeo algumas vezes é descrita como um raio que passa pela região da dor ou dor em fortes pontadas que, independente do local, seguem o caminho do nervo trigêmeo. Ocorre, em geral, apenas em uma região da face em um dos lados e se confunde muito com dor nos dentes ou de origem dentária.
De acordo com o presidente da Câmara Técnica de Ortopedia Funcional dos Maxilares do CRO-MG, Dr. Orlando Santiago Júnior, esses ataques podem ocorrer em rápida sucessão, em surtos que duram até duas horas. A dor por ser de forte intensidade, causa extremo desconforto, sofrimento e medo de haver a dor, sendo assim motivo frequente de restrição de atividades e drástica perda na qualidade de vida.
“Sempre bom lembrar que qualquer dor que ocorra na face e/ou no crânio originada na boca tem 80% de chance de ser a chamada dor odontogênica, ou seja, de origem nos dentes e estruturas que o sustentam. Existe muita confusão de diagnóstico entre a trigeminalgia e a disfunção temporomandibular (DTM) por que a área onde a dor é relatada muitas vezes é a mesma”, destaca Dr. Orlando Santiago Júnior.
Ainda conforme o especialista a dor na DTM é surda (parece que está apertando ou fazendo pressão) quando é nos músculos e muitas vezes difusa de localização imprecisa. Na trigeminalgia a dor é aguda e extremamente bem localizada. Quando a dor na DTM é articular é mais localizada e pode se parecer com a trigeminalgia, mas ela não corre (acompanha o trajeto do nervo) a dor fica sempre na frente da orelha.
O diagnóstico da trigeminalgia pode ser feito pelo neurologista ou por qualquer cirurgião-dentista que tenha sido bem treinado na faculdade para reconhecer os sinais e sintomas e realizar o diagnóstico diferencial. Quem está mais habilitado a fazer o diagnóstico da trigeminalgia é o cirurgião-dentista especialista em Disfunção Termporomandibular e Dor Oro-Facial (DTM-DORF) sendo mais treinado no diagnóstico diferencial de dores de cabeça e algias faciais.
A neuralgia do trigêmeo ocorre com mais frequência em pessoas com mais de 50 anos e aumenta sua incidência em idades mais avançadas, embora possa ocorrer em qualquer idade, muito raramente na infância. A incidência de novos casos é de aproximadamente 12 por 100.000 pessoas por ano; o distúrbio é mais comum em mulheres do que em homens.
Conforme as notícias que vêm circulando nos veículos de comunicação, Ana Carolina, se permitiu mais uma vez a submeter um novo tratamento que está na fase inicial, tomando medicamentos endovenosos. O objetivo da fase inicial é tentar tirar a paciente de um sofrimento agudo. Depois desta etapa, o foco será evitar que as dores sejam intensas e constantes. E para isso, há algumas possibilidades de tratamento. São elas: implante de uma bomba de morfina, implante de eletrodos de neuroestimulação ou radiocirurgia e laser de baixa intensidade.