A Hanseníase é uma infecção crônica causada pela bactéria Mycobacterium leprae, a qual necessita de baixas temperaturas corporais para sobreviver, desenvolvendo-se em nervos periféricos, pele e áreas resfriadas pelo ar como a cavidade nasal, que costuma ser o sítio primário de infecção.

Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, foram 312 mil novos casos registrados nos últimos dez anos, o que coloca o país na segunda posição no ranking mundial da doença.
O diagnóstico da doença baseia-se no aspecto clínico e nos exames laboratoriais complementares.

O CRO-MG ressalta que apesar de raras, existem manifestações bucais desta doença e cabe ao cirurgião-dentista conhecimento e atenção para identificá-las e contribuir para o diagnóstico precoce, juntamente com a equipe médica.

As lesões hansénicas na cavidade bucal evoluem de forma insidiosa e assintomática, formando nódulos eritomatosos ou amarelados, geralmente múltiplos, principalmente no palato duro. Os dois terços anteriores da língua podem demonstrar atrofia e áreas nodulares infiltradas. Úlceras , perfurações nasopalatinas , comprometimento ósseo dos maxilares, nervos faciais e da úvula podem ocorrer em casos onde o diagnóstico é tardio.

Sendo assim, o cirurgião-dentista deve atuar nas ações de promoção e prevenção de saúde bucal, assim como também prestando assistência odontológica realizando a avaliação diagnóstica, tratamento e reabilitação.

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o tratamento e o acompanhamento do paciente em unidades básicas de saúde e em unidades de referência.