Redes Sociais:

20 de junho
Desde 20 de junho de 2014, com a criação da Lei Federal nº 13.002, o Teste da Linguinha se tornou obrigatório em maternidades e hospitais públicos e privados. O objetivo é identificar, logo nos primeiros dias de vida, se o bebê possui uma alteração no freio da língua chamada anquiloglossia, que é uma anomalia congênita, também conhecida como “língua presa”.
Essa condição pode ser uma das causas de dificuldades na amamentação, já que o bebê pode ter dificuldades para sugar corretamente, o que pode levar ao desmame precoce, ganho de peso insuficiente e até dor para a mãe.
Embora pesquisas sobre anquiloglossia se concentrem em questões de aleitamento materno, preocupações além da primeira infância também foram reconhecidas, incluindo questões relacionadas ao crescimento e desenvolvimento crânio facial, à fala, como dificuldade de articulação de algumas letras e questões sociais relacionadas à mobilidade lingual e outras funções em que a língua tem papel importante.
Mas é necessário destacar que ainda não há um consenso na literatura sobre o impacto que a anquiloglossia causa nas crianças, havendo controvérsias constantes entre cirurgiões-dentistas, otorrinolaringologistas, pediatras, fonoaudiólogos e consultores de lactação sobre os critérios diagnósticos e tratamento da anquilologlossia, assim como os benefícios da frenotomia lingual.
A avaliação e plano de tratamento em relação à esta condição devem ser feitos de maneira transdisciplinar, a atuação de uma equipe multidisciplinar diminui as taxas de indicação do procedimento cirúrgico.
Nem todo recém-nascido que apresenta anquiloglossia necessita frenotomia, apenas são indicadas em casos em que a equipe chega a uma conclusão sobre o tipo de tratamento para esta anomalia e quando impacta negativamente na amamentação.
Ao ser detectada a necessidade de intervenção, o problema pode ser tratado ainda na infância, com medidas e eficazes — muitas vezes com um tratamento conservador ou até uma intervenção cirúrgica (frenotomia) e sempre com acompanhamento fonoaudiológico.
Nesse cenário, o cirurgião-dentista, especialmente o odontopediatra, tem papel fundamental tanto no diagnóstico transdisciplinar como no tratamento, porque o profissional está habilitado a realizar a avaliação do frênulo e, quando necessário, a própria intervenção cirúrgica, contribuindo para a saúde bucal e o pleno desenvolvimento da criança desde os primeiros dias de vida.