09 de dezembro – Dia das Crianças Especiais

09 de dezembro – Dia das Crianças Especiais

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09 de dezembro de 2025

Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais: cuidado, inclusão e responsabilidade social

O atendimento odontológico a Pacientes com Necessidades Especiais (PNE) vai muito além da técnica clínica. Envolve sensibilidade, preparo profissional, conhecimento específico e, sobretudo, compromisso com a inclusão e a dignidade humana. No Dia das Crianças Especiais, celebrado em 09 de dezembro, o Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais (CRO-MG reforça a importância dessa especialidade essencial para a promoção da saúde bucal e da qualidade de vida.

Reconhecida oficialmente como especialidade odontológica desde 2002, a Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais é voltada ao atendimento de pessoas que apresentam condições físicas, sensoriais, intelectuais, comportamentais ou sistêmicas que exigem uma abordagem diferenciada durante o cuidado em saúde bucal.

A realidade dos pacientes com deficiência no Brasil

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 8,4% da população brasileira acima de 2 anos de idade possui algum tipo de deficiência — o que representa mais de 17 milhões de pessoas. Entre os idosos, esse percentual é ainda maior, chegando a 24,8%.

Esses números evidenciam a necessidade urgente de profissionais capacitados e de serviços de saúde estruturados para garantir um atendimento odontológico acessível, seguro e humanizado. Apesar dos avanços legais e institucionais, a Odontologia para PNE ainda enfrenta desafios relacionados à oferta de profissionais especializados, à adaptação dos consultórios e à integração com outras áreas da saúde.

Protocolos específicos e atendimento humanizado

A prática clínica voltada aos pacientes com necessidades especiais exige protocolos específicos e estratégias de comunicação adequadas a cada realidade. Entre as abordagens mais utilizadas estão técnicas como o “Dizer, Mostrar e Fazer”, amplamente empregada no atendimento a pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), além de adaptações estruturais para garantir acessibilidade física e conforto.

O atendimento a pacientes surdos pode demandar apoio de intérpretes de Libras ou outras formas de comunicação alternativa, enquanto crianças cegas ou com baixa visão se beneficiam de abordagens táteis e lúdicas. Cada paciente deve ser avaliado de forma individualizada, respeitando suas limitações, potencialidades e necessidades específicas.

Atuação multiprofissional e cuidado integral

O cuidado odontológico ao paciente com necessidades especiais frequentemente requer uma atuação integrada com equipes multiprofissionais, envolvendo áreas como Medicina, Psicologia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Educação. Essa articulação fortalece o diagnóstico, reduz riscos durante os procedimentos e contribui para a construção de um vínculo de confiança entre o profissional, o paciente e sua família.

A anamnese detalhada, o planejamento cuidadoso e o acompanhamento contínuo são etapas fundamentais para o sucesso do tratamento e para a promoção da saúde bucal de forma integral.

Direito à saúde e papel do cirurgião-dentista

A legislação brasileira assegura às pessoas com deficiência o direito ao acesso igualitário à saúde, incluindo a saúde bucal. Nesse contexto, o cirurgião-dentista desempenha um papel social relevante ao contribuir para a redução das desigualdades e para a efetivação de políticas públicas inclusivas.

Estudos apontam que pessoas com necessidades especiais têm até duas vezes mais chance de desenvolver doenças bucais, o que reforça a importância do acompanhamento odontológico regular e da atuação de profissionais capacitados.

Compromisso do CRO-MG com a inclusão

O Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais reafirma seu compromisso com a valorização da Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais, com a qualificação profissional e com a promoção de uma Odontologia cada vez mais humana, acessível e inclusiva.

Cuidar da saúde bucal de crianças, jovens, adultos e idosos com necessidades especiais é um dever ético, legal e social. Mais do que uma especialidade, trata-se de um gesto de acolhimento, respeito e cuidado com a vida.