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8 de agosto
A apneia obstrutiva do sono é um distúrbio respiratório que afeta milhões de pessoas no mundo e está diretamente associada a riscos à saúde e à perda de qualidade de vida. Entre os principais agravantes estão a fragmentação do sono, o cansaço excessivo diurno, o risco de acidentes e doenças como hipertensão, diabetes tipo 2, infarto e AVC.
Atualmente, o tratamento mais indicado para os casos moderados e graves é o uso do CPAP, um aparelho que mantém as vias aéreas abertas durante o sono. No entanto, a baixa adesão ao equipamento — muitas vezes por desconforto e dificuldade de adaptação — tem sido um desafio recorrente na prática clínica.
AD109: um possível marco na terapêutica
Recentemente, a farmacêutica Apnimed divulgou resultados positivos de um ensaio clínico com a pílula AD109, um novo medicamento oral desenvolvido para o tratamento da apneia do sono. A proposta do fármaco é simples e inovadora: tomado antes de dormir, ele atua no sistema nervoso central para manter os músculos da garganta mais ativos durante o sono profundo, prevenindo o colapso das vias aéreas.
O composto combina duas substâncias que estimulam neurotransmissores específicos, sem induzir à vigília, promovendo uma respiração contínua ao longo da noite. O resultado é um sono mais eficiente e reparador, sem a necessidade do uso de aparelhos externos.
Relevância para a Odontologia do Sono
Para os cirurgiões-dentistas com especialização em odontologia do sono, a chegada de uma medicação oral representa uma ampliação nas possibilidades terapêuticas. A AD109 poderá, futuramente, ser uma alternativa para pacientes que não se adaptam ao CPAP, auxiliando no controle do distúrbio com maior adesão.
Essa inovação reforça a importância da atuação multiprofissional no diagnóstico e no tratamento da apneia. A odontologia tem papel fundamental, tanto na identificação de sinais clínicos — como bruxismo, ronco e alterações anatômicas — quanto no uso de dispositivos intraorais e orientações posturais e comportamentais.
O que vem pela frente?
A Apnimed planeja solicitar a aprovação do medicamento junto à FDA (Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos) no início de 2026. Se aprovado, o comprimido poderá ampliar significativamente o acesso ao tratamento, impactando positivamente milhares de pessoas que hoje convivem com a apneia sem acompanhamento adequado.
Enquanto isso, é essencial que os profissionais da saúde se mantenham atualizados sobre as pesquisas clínicas em andamento e preparados para integrar novas abordagens ao seu repertório terapêutico, sempre com responsabilidade, evidência científica e em parceria com outras especialidades.
Conclusão
O avanço representado pelo AD109 pode marcar uma nova era na abordagem da apneia obstrutiva do sono. Para a Odontologia, isso significa a chance de ampliar seu protagonismo no cuidado com a saúde do sono, oferecendo alternativas viáveis, eficazes e mais confortáveis para o paciente.
⚠️ Vale lembrar: nenhuma intervenção substitui o diagnóstico preciso e o acompanhamento especializado. O caminho para o tratamento adequado começa com escuta qualificada, exames clínicos e o trabalho conjunto entre odontologia, medicina e outras áreas da saúde.